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Silvio Santos, apresentador e dono do SBT, morre aos 93 anos

Com seu jeito carismático e comunicador, Silvio fez fortuna como empresário e se tornou um dos maiores apresentadores da televisão brasileira

Silvio Santos, apresentador e dono do SBT, morre aos 93 anos


Morreu neste sábado, 17, o apresentador e dono da emissora SBT, Silvio Santos, aos 93 anos. Silvio faleceu de madrugada, em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por Influenza (H1N1), segundo o hospital Albert Einstein.

No final de julho, o apresentador ficou internado no hospital para tratar a doença. Ele chegou a ter alta, mas duas semanas depois voltou a ser hospitalizado para realizar exames de imagem. 

Com seu jeito carismático e comunicador, Silvio fez fortuna como empresário e se tornou um dos maiores apresentadores da televisão brasileira. Veja abaixo um pouco sobre a trajetória dele:

De camelô a empresário

Filho de imigrantes judeus, Silvio nasceu em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro.

Criado com cinco irmãos, Silvio se dava melhor com Leon, seu irmão mais novo. Ele contava que, 14 anos, andava pelas ruas do Rio de Janeiro e viu um homem que vendia capinhas para proteção do título de eleitor. O garoto teve uma ideia parecida e começou a também vender capinhas nas ruas.

Como a repressão ao comércio ambulante era muito maior na época, ele e seu irmão Leon vendiam-nas apenas por 45 minutos, que era o tempo de almoço dos guardas, segundo Silvio contou em várias ocasiões.

Início na Rádio

Com seu jeito carismático e uma voz que chamava atenção nas ruas, Silvio foi convidado para fazer teste na Rádio Guanabara, e venceu um concurso em primeiro lugar.

Apesar da vitória e de trabalhar por um tempo como locutor, ele voltou a tentar a vida como camelô, pois, segundo ele, era mais lucrativo. Aos 18 anos, Silvio serviu ao Exército na Escola de Paraquedistas. Por isso, ele não conseguiu administrar o trabalho de camelô e retornou à posição de radialista.

Quando completou 20 anos, Silvio se mudou para São Paulo, onde começou a apresentar espetáculos e sorteios em caravanas de artistas.

Conseguindo uma nova vaga como locutor de rádio da Rádio Nacional de São Paulo, Silvio criou uma revista chamada “Brincadeiras para Você”, que tinha palavras cruzadas, passatempos e charadas, e era vendida por ele nos comércios da cidade.

Baú da Felicidade e Grupo Silvio Santos

Silvio tinha faro para os negócios. Ele se associou ao amigo radialista Manuel da Nóbrega no Baú da Felicidade, negocio que o tornaria milionário. Os clientes pagavam parcelas de forma antecipada e, após um ano, ganhavam uma caixa de brinquedos.

Baú da Felicidade e Grupo Silvio Santos

Com o tempo, a caixa de brinquedos deu lugar a eletrodomésticos e outros itens mais caros. Além disso, havia sorteios de casas e carros para os clientes.

O Baú foi o embrião para a criação do Grupo Silvio Santos, em 1962. Vieram depois várias empresas, como o Baú Construtora, a concessionária Vimave, o banco Pan-Americano e empresa de cosméticos Jequiti.

Ao mesmo tempo, Silvio foi se tornando referência de programa de domingo na TV. Ele teve uma atração na TV Paulista, a partir dos anos 1960. A TV Paulista foi comprada pela TV Globo, criada em 1965, e Silvio passou a ser exibido em rede nacional. Ele ficava horas no ar todos os domingos, apresentando programas variados, como Domingo no Parque, Topa Tudo por Dinheiro e shows de calouros.

Criação do SBT

Silvio tinha o sonho de ser dono de uma TV, e o realizou em 1976. Naquele ano, ele assumiu o Canal 11, no Rio de Janeiro, e o batizou de TVS. O investimento foi de 10 milhões de dólares.

Em 1981, Silvio ganhou a concessão de mais quatro canais, formando então o Sistema Brasileiro de Televisão, ou SBT.

Nas décadas de 80 e 90, ele se empenhou em dar projeção ao canal. Além de seu programa, Silvio trouxe artistas como Jô Soares, programas estrangeiros como “Chaves” e novelas mexicanas, como “Maria do Bairro”.

O SBT foi a segunda emissora com mais audiência no Brasil por muitos anos, perdendo apenas para a Rede Globo. No fim dos anos 2000, o SBT foi ultrapassado pela Record e passou a ser a terceira maior TV do país.

Silvio manteve seus programas aos domingos até 2020, antes da pandemia. Ele não fez uma despedida oficial, e sua filha Patrícia assumiu a atração, que seguiu com o nome programa Silvio Santos.

Candidato a prefeito e presidente

Em 1988, Silvio Santos se filiou ao PFL (atual DEM) com intenção em disputar a Prefeitura de São PauloQuestionado sobre o motivo da escolha do partido, o apresentador era sincero. "Por que o PFL? Ora, foi o primeiro partido que mandou carta, e eu assinaria qualquer ficha, até do Partido Comunista", respondia, à época.

Silvio Santos Candidato a prefeito e presidente

Em seu programa, chegou a questionar Jânio Quadros, então ocupante do cargo, por telefone, sobre a possibilidade de lançar-se candidato, no que foi apoiado.

"Pouca gente deve conhecer essa cidade como o senhor. O senhor não é um político partidário, um político profissional. Isso vai representar um grande apelo ao povo, que está cansado dos políticos profissionais", respondeu Jânio, na ocasião. Silvio, no entanto, não se candidatou.

Ele chegou a se candidatar à Presidência da República em 1989, pelo PMB (Partido Municipalista Brasileiro) mas teve sua candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após vários pedidos de impugnação por parte de partidos adversários.

Série "Rei da TV"

Em 2022, a Star+ lançou a série "O Rei da TV", que conta a história de Silvio Santos. “O Rei da TV” acompanha a trajetória desde a origem humilde e ambiciosa que se tornou um dos comunicadores mais bem sucedidos da TV brasileira, além de um dos empresários mais reconhecidos do país.



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