O primeiro caso confirmado da varíola dos macacos em bebês com menos de um ano no país foi registrado na Bahia. A criança que testou positivo para o vírus monkeypox é de Conceição do Jacuípe. O bebê tem dois meses e começou a apresentar os primeiros sintomas da doença no último dia 5 de agosto.
O caso foi confirmado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) no boletim do dia 6 de agosto. A Sesab não informou ao Estadão “o estado de saúde e demais informações referentes ao paciente”.
Nesta terça-feira (23/8), a Bahia confirmou 40 casos da doença em todo o estado. Ao todo, são 31 em Salvador, 2 em Santo Antônio de Jesus; 1 em Cairu; 1 em Conceição do Jacuípe; 1 em Feira de Santana; 1 em Ilhéus; 1 em Juazeiro; 1 em Mutuípe e 1 em Xique-Xique. O estado conta ainda com 98 casos suspeitos e que aguardam diagnóstico laboratorial.
No início do mês, o secretário municipal da Saúde (SMS), Décio Martins, confirmou que uma criança de 2 anos está entre os casos confirmados de monkeypox na capital baiana.
Segundo bebê
Além do caso na Bahia, outro bebê de apenas dez meses, que mora em São Paulo, começou a apresentar sintomas no último dia 11. A doença se manifestou pela febre e pelas lesões de pele características, mas a Secretaria Municipal da Saúde afirma que ele apresenta quadro clínico estável e sem agravamentos, e está em isolamento domiciliar.
Casos sobem 767% em um mês
O Brasil teve um aumento de 767,7% no total de pacientes confirmados com a varíola dos macacos no último mês e é a 3ª nação com mais casos. Em 20 de julho, o Ministério da Saúde contabilizava 449 pessoas infectadas, enquanto o balanço geral desta terça-feira (23) tem 3.896 diagnósticos positivos.
Ainda no dia 20 do mês passado, o Brasil não tinha nenhum caso confirmado de varíola dos macacos em crianças e adolescentes até 19 anos. Outra mudança nesse período foi o aumento de diagnósticos entre as mulheres. Apesar de a maioria dos pacientes ainda ser do sexo masculino (93,6%), a proporção de mulheres infectadas aumentou de 1,4% para 6,8%.
A principal faixa etária dos pacientes também mudou e, hoje, é a dos 20 aos 29 anos, que corresponde a 44,2% do total de casos. Já os casos entre pessoas de 30 a 39 anos, que eram maioria no mês passado, agora representam 19,9% do todo.
Como o Estadão mostrou, o surto da varíola dos macacos tem causado uma nova onda de perseguição contra pessoas LGBT+, especialmente homens gays e bissexuais. Não à toa, 69,4% das pessoas que se infectaram pelo vírus preferiram não declarar a orientação sexual.
Ainda assim, entre os pacientes que escolheram preencher esse campo na hora do atendimento, a incidência maior continua entre os homossexuais (21,3%), seguidos de heterossexuais (5,5%).