Sem previsão para retorno das atividades no futebol, clube adotará medidas de acordo com decisões do Velho Continente para atletas e técnicos com vínculo até fim de maio.
Um olho nas negociações, o outro nas consequências da crise gerada pelo coronavírus no mercado do futebol. O Flamengo diminuiu o ritmo das tratativas por razões óbvias, mas segue em contato com os representantes de Jorge Jesus para definir a renovação de contrato. Paralelamente a isso, o Rubro-Negro observa as movimentações, principalmente na Europa, de olho na extensão automática do vínculo que termina no final de maio.
Explica-se: com a paralisação do futebol no mundo por conta da pandemia, o tema será discutido levando em conta o período em que os profissionais ficaram sem trabalhar. O Flamengo não será proativo neste sentido, mas já busca informações do procedimento a ser utilizado por clubes europeus, que não vão terminar suas competições nas datas previstas inicialmente. A expectativa é de que a mesma solução colocada em prática no Velho Continente seja replicada no Brasil.
Caso seja indicada a prorrogação automática até o fim da temporada do vínculo de um jogador que tenha o acordo assinado até o fim de maio, por exemplo, o Flamengo vê a situação como precedente para abordá-la nas tratativas com o Mister. O tema, por sua vez, segue em compasso de espera com a indefinição dos rumos do futebol pelo mundo.
A indefinição a respeito do fim da temporada europeia favorece ao Flamengo também no sentido da concorrência. Com o futuro das ligas em aberto, o clube ganha tempo para negociar com Jorge Jesus sem o assédio direto de um rival da Europa.
Os dirigentes rubro-negros seguem em contato virtual com os representantes e com o próprio treinador na busca por uma solução a respeito da renovação antes deste prazo. As primeiras reuniões ao vivo foram vistas como positivas por ambos os lados, mas ainda distante de um acordo.
Flamengo e Jorge Jesus debatem conceitos de trabalho, melhorias no Ninho do Urubu, tempo de contrato e, naturalmente, salário. E é neste último item que está o maior problema. A diferença entre o que o Mister deseja receber juntamente com sua comissão técnica e o que o clube pensa em pagar por um vínculo até o fim do mandato de Rodolfo Landim (dezembro de 2021) não é pequena.
Diante do risco de contaminação do coronavírus pelo treinador ao longo da semana e de reuniões para definir rumos do futebol brasileiro, as conversas pela renovação ficaram em segundo plano, mas não estão abandonadas.
Tempo não falta para Flamengo e Jorge Jesus conversarem, pensarem e flexibilizarem de parte a parte na busca por um final feliz.
Rio de Janeiro
Por Cahê Mota